Numa constante procura da Luz que há em nós, esquecemos (por vezes mais conscientemente, outra vezes menos) de que a Sombra que temos em nós faz também parte do nosso Ser. Um Ser não poderá estar completo sendo apenas Luz, ou apenas Sombra. A Sombra será apenas uma parte de nós que ainda não foi dado a conhecer à consciência que ilumina. Permita-mo-nos Ser na totalidade, reconhecendo, diria mais, procurando activamente a Sombra que somos, a Sombra que temos, a Sombra que procura Luz, para que a iluminenos à Luz da Consciência, do Amor, do Perdão.

Namastê

Neste mundo onde os olhos espreitam e os ouvidos escutam atentamente sempre prontos a criticar, a comparar, a procurar ser melhor do que o outro, neste mundo onde a dualidade gere o dia-a-dia, aqui vivi o melhor dos meus dias. Foi num dia de outono primaveril, em que o sol espreitava por entre as nuvens que pude perceber para que vivemos. Foi num abraço partilhado em que senti o alívio do outro e me senti bem! Me senti muito bem! Estava a dar de mim, sem que nada de mim fosse retirado. Uma alegria indescritível, este dar sem receber. Percebi a importância do amor, da entre-ajuda, em que a dor de alguém, quando partilhada, é despedaçada em mil pedaços, restando apenas uma sombra daquilo que foi. 

A tua capacidade de ver a realidade que te rodeia está verdadeiramente ligada à forma como tu vivencias a realidade no teu Ser. A cor que imprimes ao teu Ser será sempre a cor do filtro que usas nos teus olhos que vêm a realidade. Assim sendo, poderemos realmente dizer que há apenas uma realidade? Ou haverá tantas realidades quantos os observadores?